
pedia sorrateira
que o meu hálito passeasse
pela sua nuca em desespero
deitou-se lânguida
mostrou-me as costas
uma clareira de pelos
deixei-me ficar por uns instantes (apenas)
e (até) uns momentos deixei-me calar
pedia... pedia meiga
que a minha língua fosse o acalanto
daquelas ancas escorregadias
pelos suores de pirilampos
ela sempre pedia...
e vi os astros deitados
sobre os vãos de suas coxas
e vi a poesia embriagando-a
como se os lilases
desmaiassem de euforia
eu a recitei
ganhei o céu
e virei monja
. . .
Posted By Murmúrio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário